Entrevista de Katy Perry para a Billboard na integra


Nomeada como a “Mulher do Ano” pela Billboard, Katy estampa a capa da revista em sua edição de Dezembro (confira aqui) e concede uma nova entrevista exclusiva, onde ela fala sobre o novo álbum, colaboração com a amiga Rihanna, sua própria gravadora e diversos outros assuntos. Abaixo você confere a entrevista de perguntas e respostas traduzida pelo KPBR, na integra:
Qual foi sua primeira reação ao ser escolhida a Mulher do Ano para a Billboard?
Eu pensei que meu ano tinha acabado, que era hora de passar o bastão. Mas eu acho que eu tenho que segurá-lo até o final do ano [risos]. É realmente um elogio adorável. Vendo quem foi honrada no passado, Beyoncé, Taylor Swift e outras; estou em boa companhia.
Com a honra de ser chamada de um modelo a ser seguido, o que isso te faz sentir?
Eu gostaria de mudar a palavra “modelo” para “inspiração”. “Modelo” te coloca em um pedestal muito alto. Para mim, quando eu era uma artista muito jovem, eu não pensava em me tornar um modelo a ser seguido. Mas eu definitivamente pensava em me tornar uma inspiração. Então, eu espero ser uma inspiração, especialmente com a minha ética de trabalho e minha capacidade de superar obstáculos.
Isso pode significar inspirar alguém a ser mais criativo, mais honesto ou ter mais integridade.  Tudo o que eu quero fazer é encorajar as pessoas e fazê-las sentirem. Mas nem sempre vai ser uma sensação boa. As vezes vai ser como, “Nós precisamos seguir em frente, precisamos passar por isso”. E a única maneira de irmos em frente é em um balde de lágrimas.
Qual artista feminino te inspira?
Patti Griffin e Jonatha Brooke estão entre as minhas favoritas. Eu acabei de escutar o cd “10 Cent Wings” de Brooke do começo ao fim. Ele me dá a mesma sensação de inspiração igual a primeira vez que eu o ouvi. E eu estou realmente viciada Bonnie Raitt agora. Eu tentei fazer um cover de ”I Can’t Make You Love Me” em alguns eventos de caridade: Hammer Museum e AMFAR. Também escutei alguns de seus cds quando eu fui pra Asia por algumas semanas. Tive a oportunidade de caminhar por mais de 3 horas até um vulcão, e o tempo todo em que estava caminhando das 3 da manhã até o nascer do sol as 6 da manhã, eu estava escutando apenas Bonnie.
Eu escutei um monte de Edith Piaf, quando eu estava crescendo; minha mãe fala francês. Existia uma estranha “permissão” com Edith Piaf, Billie Holiday, Ella Fitzgeral – esse tipo de música – porque existia essa ideia que essa música era mais inofensiva que a da Madonna.  Mas, realmente, Billie cantando sobre heroína e Edith que provavelmente também cantava sobre isso ou algo dessa natureza, mesmo que fosse em outra língua [risos].
Em termos de artistas atuais, tem a Sia e uma outra nova artista que eu amo, Jessie Ware. Ela é inglesa e tem a voz do tipo gospel mais incrível. Uma das minhas amigas está ao lado deste projeto chamado JJAMZ, com o vocalista Z Berg. Ela é uma pessoa franca. Adoro seu estilo. E eu sempre amei Fiona Apple e Alanis Morissette. Essas são minhas heroínas.
Porque elas são suas heroínas?
Fiona porque ela é um pouco louca e não tem medo de mostrar isso. Nós todos somos um pouco loucos; ela tira as palavras da sua boca. Essa é a coisa dos compositores. Quando eles fazem sucesso é porque está na ponta da língua de todo mundo, todo mundo está sentindo a mesma coisa. E Alanis sempre foi uma das minhas favoritas porque o Jagged Little Pill foi o melhor cd feminino já feito. Existe uma música para todo mundo naquele cd; eu me identifico com todas. Elas ainda são tão épicas.
Como foram os dois últimos anos para você?
Parece que o cd não acaba nunca [risos]. Eu estou feliz que ainda estou viva, 27 anos foi um ano de muitos testes.  Eu sinto que estou na mesma posição que eu estava depois de ter feito o primeiro cd. Eu fiz uma tour e depois fiz o segundo cd e depois fiz outra tour. Agora eu estou nesta posição do meio outra vez. Mas agora eu não estou com medo ou tendo incertezas. Ainda é sobre a vinda de um lugar muito honesto para me reconectar com o meu núcleo.
Quais elementos são essenciais para você como uma compositora?
Cor. Eu amo expressões idiomáticas e provérbios de idade, trocadilhos e humor. Eu amo linguagem. Eu sou uma dessas pessoas que está realmente interessada na definição de uma palavra e seus sinônimos. Todo dia eu estou pedindo a todos que saio o que algo significa e o que isso significa para eles, mesmo que seja uma palavra que eu já ouvi várias vezes. Eu sou um colecionadora de palavras. Eu tenho um pequeno gravador que eu gravo tudo para tê-lo transcrito para alguém que eu confie, porque as palavras podem ficar bem interessantes neste gravador. Eu tenho listas de títulos e de coisas que eu estou sentindo nele.
Eu tive discussões muito intensas com os produtores e outros sobre letras. Algumas pessoas pensam que não importa. Eu fico tipo, “Você deve estar louco”, [risos].  Há uma espécie de matemática e ciência sobre uma canção pop perfeita, mas eu prefiro fazer matemática, ciência e coração. Letras podem acabar em camisetas e dentro de anéis de casamento, elas são importantes. Qualquer um que diga que a batida é mais importante que a letra obviamente não tem um coração. Eles são homens de lata [risos].
Ouvindo as novas tendências?
Mulheres na música pop dominam o jogo por um tempo. Mas eu sinto que existe uma vibe despojada de 1970 chegando. Eu gosto de algumas coisas, mas o rádio está começando a soar um pouco o mesmo. Tipo, eu estou animada por “Begin Again” da Taylor Swift, essa é a minha música do momento.  É tão genial, tão perfeita. Eu sinto que em breve existirá mais coração, espero. Eu não me importo com as coisas dubstep, mas não existe conexão emocional.
Em um ponto, você não recebeu ofertas para desistir da música?
Sim. Meu carro foi apreendido e eu não conseguia tirá-lo. Mas eu não fiz isso. Eu me dei um plano: Se eu não tivesse a oportunidade que eu queria até os 25 anos, então eu ia fazer outra coisa. Mas eu sempre tive essa ambição realmente cega. Essa tem sido a minha bússola. Quando as pessoas das empresas estavam me dizendo “não”, todas as pessoas do público estavam me dizendo “sim”. E as empresas não compram os cds, o público compra os seus cds.
E se as coisas não funcionassem a tempo que você tivesse 25 anos?
Eu não acho que eu deixaria a música. Música é o meu sexto sentido. Mas talvez eu desistiria desse jogo todo, de tentar participar e ganhar. Talvez eu teria ido para o meio das árvores, ter bebês, não usar sapatos e tocar meu violão. Mas eu ainda acho que vou fazer isso. Eu estou muito animada em viver essa parte da minha vida.
 Você anunciou planos para sua própria gravadora. Algum detalhe até agora?
Existem alguns artistas em mente, mas eu não estou pronta para falar sobre a  gravadora ainda. Eu não tenho tempo para assinar tudo o que é popular no momento e ver se dá certo. As pessoas estão me oferecendo um monte de K-pop, J-pop, Z-pop, e tudo pop e eu fico tipo “Isso é legal”. Eu gosto do fator diversão, mas eu preciso que a música traduza, eu quero a música que seja compatível a ser cantada. Eu quero letras que não importam em qual língua você está cantando, essas são as músicas que eu quero, esses são os artistas que eu quero! Eu estou aberta a bastante coisa, mas serei bastante seletiva.
Você disse que quer tempo livre para recarregar. Quanto tempo?
É um jogo um pouco diferente porque nós temos alguns novos chefes nas empresas [Katy se refere a gravadora EMI e suas distribuidoras, incluindo a Capitol Records, que foi vendida para a concorrente Universal Music]. Então, eu tenho que respeitar isso. Mas eu também sou uma adulta e eu não vou me apressar, falhar e atirar no meu próprio pé. Eu preciso viver para que eu tenha algo que valha a pena ser cantado. Esse sempre foi meu caso.
Então, neste ponto, você já está pensando sobre o próximo álbum?
Sei exatamente o que quero para o álbum. Sei a arte, a cor e o tom. É como pintar o quarto do bebê de azul antes de saber, de fato, que é um menino. Tenho que deixar a música tomar forma primeiro. Já sei até como será a turnê. Ficarei muito satisfeita se a visão que tenho na minha cabeça se realizar, mas antes tenho que honrar a música.
Eu não tentarei duplicar o que eu fiz por último, isso seria estupidez. Não é de nenhum interesse para mim tentar me superar em cada ponto. Eventualmente você só fica “pop”, explode. É como um jogo de Jenga. O quão alto você pode ficar antes de cair?
Eu estou fazendo pequenas coisas aqui e ali. Eu estava em estúdio com outro artista e deu tudo certo. Vou começar a tirar a poeira das rodas por pouco: vou me reunir com algumas pessoas em Novembro e tentar algumas colaborações divertidas que talvez as pessoas nem imaginem [risos].
Uma dessas pessoas é a Rihanna?
Existem muitas questões para mim e para ela. Não poderia ser qualquer coisa. Tem que ser algo grande, porque nem eu nem ela gostamos de perder.
Olhando para trás, qual foi o melhor e a pior coisa dos últimos dois anos?
A melhor coisa foi poder ver a minha visão realizada, a coisa que eu lutei por tanto tempo e insisti tanto. Nem todas minhas músicas são importantes porque elas não são. Algumas são só sobre diversão, músicas do tipo para tocar em bares. Mas eu sei que “Firework” é importante. Eu sei que algumas são importantes e outras não porque eu escrevi todas elas e passei por tudo aquilo.
Eu vejo o efeito que tem sobre as pessoas. Eu amo que eu sou capaz de sonhar com coisas e torná-las realidade, seja uma novem cor de rosa de algodão doce voando sobre a platéia ou minha doação de um quarto de 1 milhão de dólares para o MusiCares.
O pior foi ele ser um teste da minha sanidade. Você sempre tem que manter um pé para fora e ficar atento a todas as pessoas que você está sendo cercado, suas atenções e seus movimentos. Tento nunca deixar minha intuição ser enganada, mantenho sempre as mesmas pessoas perto de mim. Eu amo minha família e minha irmã é uma faz tudo, ela é minha diretora. Ela e minha melhor amiga, Shannon, são a razão de eu ter vivido este ano. Eu mantenho um monte de mulheres em torno de mim, e amo isso. Eu acredito na irmandade.

Fonte: KPBR

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