Katy Perry em entrevista ao Jornal Metro

Bruno Mars, repórter português do Jornal Metro, interrompeu o pequeno almoço de Katy Perry por telefone. A cantora diz ao METRO que está com o gatinho no colo enquanto come salsicha com doce. É assim, com esta franqueza e uma dose de provocação, direto de Los Angeles, que Katy nos fala sobre sua carreira, seu novo disco “Teenage Dream” e da turnê que vai começar em Lisboa dia 20 de Fevereiro, em Campo Pequeno. A cantora quer que a turnê “California Dreams” seja um passo à frente em sua carreira. O mundo do pop é competitivo e é preciso estar atento.. Confira a entrevista completa:

Por quê a turnê mundial vai começar aqui em Lisboa?
Toquei aí na primeira turnê e tive muito sucesso. Confesso que foi um dos maiores shows que fiz naquela turnê e fiquei admirada por ser tão popular e por me receberem tão bem. Não esperava ter tantos fãs e soube da melhor maneira. E também é um lugar que eu adoro, até cheguei a passar uns dias aí. É lindo, e eu também sou um pouquinho portuguesa.

Certo, da parte da sua mãe?
Sim, o nome de solteira dela é Perry e acho que vem do sobrenome “Pereira”.

A sua primeira turnê ajudou, de alguma forma, a mudar sua postura em palco? Sente-se mais à vontade em palco hoje em dia?
Sempre me senti, mas é preciso muita preparação. Especialmente com esta turnê nova, porque sinto que vou dar um salto enorme e tenho de estar preparada. Eu costumo dizer que me sinto como uma atleta a treinar para os Jogos Olímpicos: acordo, faço um pequeno-almoço de qualidade, vou fazer exercício e tenho aulas de canto. Depois ensaios! Tudo para que consiga aguentar a minha stamina em palco e dar às pessoas aquilo que querem ver. Não quero ficar cansada! E em Lisboa com certeza eu não vou me vou cansar (risos). As pessoas vão receber minha energia toda.

Parecia que estava descrevendo a cena do treino de Rocky, antes de lutar contra o Drago!
Sinto-me como o Rocky! E eu sou muito boa em pular corda. Acho que podia interpretar essa personagem.

Estamos num período em que parece que há muita competição entre cantoras pop. É por isso que você acha que a turnê “Califórnia Dreams” tem de ser assim tão marcante?
Acho que tem de ser enorme da minha parte. Porque não estou a competir com outras turnês. O meu objetivo deste ano é ter uma turnê esgotada, cheia de sucesso, que eu possa ter orgulho. As vezes não é fácil, é preciso uma certa disciplina, mas é necessário. E também com meu último álbum fui tão apoiada que sinto que devo um bom espectáculo para as pessoas!

Mesmo não competindo, você vive no mundo do “showbiz”. Você acha que existe essa competição entre artistas como Lady Gaga, Beyoncé, Madonna ou até o Justin Bieber?
Eu tenho os DVD deles na minha mesa de cabeceira! Admiro o que eles fazem, inclusive acho que é saudável aprender com outros e querer fazer algo tão grande como eles fazem. Acho que estão a fazer coisas incríveis: não é só uma guitarra, jeans e ir tocar para o palco. Eu vou ter os dois elementos: uma produção incrível, numa espécie de guião. Um pouco como um musical. Mas não me esqueço que eu comecei com uma guitarra acústica. Mas sim, acho que as senhoras na música estão a elevar a fasquia. Não é competição, mas quando isso acontece, eu sinto que também tenho de elevar a minha capacidade. Se elas fazem…

Eu não sei se devo chamar este seu álbum de segundo ou terceiro, porque você chegou a lançar um disco gospel com o nome “Katy Hudson”!
Não, acho que este é o segundo! O outro foi muito pequenino e só foram feitas umas centenas de cópias. Quando um fã aparece e diz que o tem, sempre me surrpreendo!

O título do seu segundo disco, “Teenage Dream”, foi escolhido por ser mais adequado para um disco de estreia, ou sente que realmente está vivendo o seu sonho de adolescente?
Sim, sinto que estou a viver o sonho de adolescente porque comecei a cantar aos nove anos. Quando tinha 14-15 deixei a escola e passei a buscar com muita garra a minha carreira como cantora. Mas acho que o título vem muito pela canção “Teenage Dream”, que fala de crescer e não encontrar amor como se encontrava quando se era adolescente. Também foi a minha maneira de dizer que “não me importava de ser o teu sonho adolescente”; não me importava que tivessem um poster meu na parede e dessem um beijo de boa noite! (risos)

Depois do sucesso de “One Of The Boys” foi difícil para você voltar ao estúdio para fazer um novo disco?
Não. Sabia que havia pressão de todos os lados, mas eu desliguei-me disso. Ainda antes de começar a fazer o disco eu disse que não queria saber quando eu deveria entregar o álbum à editora. Eu quis que as coisas fossem naturais. Eu não escrevo muito enquanto estou em turnê, mas não deixo de armazenar ideias e memórias na minha cabeça e também no meu gravador. São coisas que se podem jogar numa nova música. Depois saí de Los Angeles, fui para Santa Bárbara trabalhar. Às vezes Los Angeles pode ser sufocante e o que eu queria era estar à vontade no lugar de onde vim.

E parece que teve sucesso com isso. Pelo menos está nomeada para alguns Grammys.
Sim (diz envergonhada)! Eu sei bem como é ser nomeada, sobretudo em alguns aspectos muito seletivos onde analisam não só uma música ou um vídeo, mas o geral. Se eu não ganhar, tudo bem, porque estou concorrendo com pessoas que também fazem muito sucesso. Se eu ganhar vai ser óptimo! Mas eu sinto que ganho quando termino uma turnê ou quando uma música minha faz muito sucesso e não quando um grupo de pessoas dizem que eu ganhei.

Você diz estar a vivendo um sonho adolescente. Mas posso te perguntar se você já pensou no seu sonho de velhinha?
Um sonho de velhinha?! (risos) Nunca pensei nisso… mas acho que é ter uma família enorme, resultado das raízes que estou plantando na minha vida. E quero me tornar uma pessoa melhor a cada dia e também tentar tornar o mundo um pouco melhor. Espero que a minha família continue o legado do amor, da inspiração. E quero que as minhas músicas sejam lembradas depois de um tempo.


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